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Americano diz ter perdido o emprego e o casamento por causa de obsessão pelo Twitter

Juliana Carpanez

Esta é a (triste) história de Larry Carlat, um profissional de mídia online que relatou ao “New York Times” como o Twitter detonou (ou ajudou a detonar) sua vida em três anos. Um pio por vez. Carlat diz ter perdido o emprego e também o casamento depois começou a tuitar alucinadamente “de 20 a 30 vezes por dia, sete dias por semana”. Com tanta dedicação (ou obsessão), ele conseguiu atrair 25 mil seguidores para sua conta de não celebridade.

“Comecei tentando fazer alguns poucos amigos rirem. Não tinha ideia de quão rápido o Twitter me consumiria (…). Postei diariamente por três anos com uma única exceção: o dia em que meu sogro morreu”, relata Carlat. E se fosse a sogra? Bom, deixa pra lá…

Segundo ele, sua vida inteira passou a se basear no Twitter: ele parou de ler, de ouvir música ou de assistir à TV. Quando saía com os amigos, escapava para o banheiro com seu iPhone. Tuitava enquanto dirigia, em intervalos das partidas de tênis, no cinema. Quando não estava no Twitter, ficava pensando no que escreveria mais tarde, no microblog. “Era uma obsessão. E, como a maioria das obsessões, não trouxe bons resultados.”

Carlat foi demitido oito meses após começar a tuitar de uma empresa no ramo de música (a Sony, como mostra seu LinkedIn). Até aí, nenhuma ligação direta com o Twitter. Conseguiu um novo emprego em uma revista (a “Men’s Health”, diz o LinkedIn) e, meses depois, foi chamado pelo chefe para falar justamente sobre o microblog. Seus tuítes violavam as políticas da empresa e ele tinha duas opções: deixar o cargo ou deletar sua conta. Adivinha?

Desempregado (sim!), ele tinha ainda mais tempo para tuitar. Foi quando, um mês após deixar o emprego, separou-se da mulher. Escreveu então algo que considerou uma brincadeira (algo como “eu levaria uma bala por minha mulher, mas agora preferiria ser aquele que puxa o gatilho”) e realmente magoou seu filho. “Ele ameaçou parar de me seguir no Twitter. Deletei o post imediatamente”, contou Carlat. A partir de então, começou a sentir a pressão de satisfazer uma audiência tão grande de seguidores.

Há cerca de um mês, colocando tudo isso na balança, ele cometeu twittercídio (pois é, já existe o termo). E diz que hoje desliga seu iPhone antes de dormir e, ao acordar, faz café em vez de digitar. Já é um bom começo!

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Lá do New York Times
Foto: Linkedin