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CEO da Apple faz visita surpresa à loja na China. Será que ele deu um pulo também na Foxconn?

Ana Ikeda

Tim Cook tira foto com mulher que visita Apple Store em Pequim

Steve Jobs, cofundador da Apple, nunca visitou a China, embora grande parte dos produtos da empresa seja feita lá (e consumidores ávidos por comprar novidades em iPads e iPhones morem lá também). Então, uma visita surpresa à Apple Store de Pequim de ninguém mais ninguém menos que Tim Cook, substituto de Jobs no cargo de CEO da empresa, nesta segunda (26), é para lá de curiosa.

Cook esteve mesmo na loja (uma porta-voz da Apple confirmou o fato ao “Wall Street Journal”). Há fotos do CEO passeando em meio a clientes e funcionários vestidos de azulzinho; ele até tirou foto com uma das transeuntes da Apple Store (olha que simpatia aí em cima).

A visita ocorre em hora oportuna: como lembra o site “Apple Insider”, na semana passada a Apple atualizou dados de um relatório sobre condições de trabalho em suas fábricas no país, feito pela Associação do Trabalho Íntegro (FLA, na sigla em inglês). Nele, a Apple afirma que não há menores de idade nas linhas de produção e que a maioria dos seus trabalhadores cumpre jornadas de aproximadamente 48 horas por semana.

Imagem da rede de TV ''ABC'' mostra redes que cercam prédios da Foxconn, colocadas após suicídios de trabalhadores em 2010

Vale lembrar que Cook rebateu veementemente críticas à Apple sobre as más condições em suas linhas de montagem na Ásia, no final de janeiro deste ano. “Qualquer acidente é profundamente preocupante, qualquer problema com as condições de trabalho é motivo de preocupação. Qualquer insinuação de que nós não nos importamos é patentemente falsa e ofensiva”, frisou o CEO da Apple.

Outros sites especulam que a visita pode estar ligada a parcerias com operadoras chinesas. E, por coincidência ou não, a visita do CEO ocorre durante uma greve na fábrica da Foxconn de Taiyuan, na província de Shanxi.

Embora a visita de Cook ao país seja “histórica”, não é ela que vai melhorar as condições de trabalho dos chineses nas fábricas de eletrônicos. Comparados a “animais” recentemente pelo presidente da Foxconn, os funcionários ganharam o terceiro aumento salarial desde 2010 depois das críticas que correram o mundo. Ganham agora US$ 290 (R$ 526) por mês. Por mês, repito. Salário, diz a Foxconn, bem superior que o mínimo fixado por governos locais…

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Foto: Reprodução/Weibo.com.