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Vídeo (estilo ‘quer que eu desenhe?’) explica como internet pode prejudicar o conhecimento

Juliana Carpanez

O escritor Nicholas Carr escreve sobre tecnologia, cultura e economia. O site Epipheo faz vídeos incríveis para “compartilhar as epifanias dos líderes de pensamento mundiais” – categoria na qual o autor citado se encaixa, segundo o próprio Epipheo. Feitas as apresentações, vamos ao vídeo abaixo (em inglês), que une o melhor desses dois mundos. Nele, a turma dos vídeos explica – bem no estilo “quer que eu desenhe?” — o livro “Geração Superficial: o Que a Internet Está Fazendo Com os Nossos Cérebros” (Ed. Agir), escrito por Carr.

Na publicação (e no vídeo, por consequência), o autor explica como a forma de consumo de conteúdo online atrapalha a construção do conhecimento. Esse processo não se consolida, segundo o autor, pois vivemos um estado constante de distração e interrupção.

Um exemplo no vídeo mostra como isso funciona. Você está lendo um texto online e recebe uma mensagem de texto no celular. Ela contém uma foto engraçada, que pre-ci-sa ser compartilhada. Você vai então para o Facebook e, quando se dá conta, está assistindo ao vídeo de um panda atacando uma criança. Passa para a Wikipedia, para ler sobre o comportamento dos pandas e tuíta como eles são assustadores. Quem nunca?

O problema se dá porque essa vontade de consumir informação, que é inerente ao homem, encontrou recentemente uma oferta quase ilimitada de conteúdo online. Com isso, pode surgir um comportamento compulsivo – observado hoje nas melhores famílias –, de gente que está sempre ligada na tela do computador ou do celular (como mostra o vídeo abaixo).

Carr afirma que as informações são consumidas, mas não passam por um estágio de “consolidação da memória” – é nele que seus conhecimentos já adquiridos se relacionam, consolidando o conhecimento. Mas no período de “calmaria intelectual”, quando o conteúdo seria promovido a esse estágio de “longo prazo”, você é bombardeado por mais informações (recebe um e-mail, vai curtir o Facebook, escreve uma mensagem de texto). Assim, a tal promoção nunca acontece – da informação e, bem provavelmente, a sua também.

Uma solução para amenizar o problema seria reservar diariamente um tempo para ficar offline, concentrando-se em uma única atividade de cada vez – ler um livro, assistir a um filme, ouvir música ou realizar outra atividade da forma como nossos antepassados faziam. Você pode começar assistindo novamente ao vídeo acima sem usar simultaneamente o Facebook. Será que dá?

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