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Samsung já sabe o que causou explosões e deve contar logo mais

Fabiana Uchinaka

A coisa não anda nada boa para a Samsung. Depois do fiasco que foi o lançamento do Galaxy Note 7, que provocou perdas na casa de US$ 2,5 bilhões no lucro trimestral da empresa, a procuradoria sul-coreana pediu hoje (16) que o herdeiro da companhia, Lee Jae-Yong, filho do poderoso presidente, Lee Kun-Hee, seja preso por envolvimento no maior escândalo de corrupção do país.

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Por isso, parece ser cada vez mais urgente que ela finalmente explique o que teria causado a explosão de celulares da linha Galaxy Note 7.

Uma fonte ligada ao caso contou à Reuters que a empresa já sabe o que aconteceu e o relatório final da exaustiva investigação sai no dia 23 de janeiro, um dia antes do anúncio dos resultado do trimestre.

Neste dia, Koh Dong-jin, presidente da divisão mobile da organização, também dará explicações sobre o que está sendo feito para que os novos lançamentos, especialmente o Galaxy 8, não apresente o mesmo problema.

O rumor é de que a Samsung vai apontar a bateria do aparelho como a única responsável pelo problema, já que não teriam sido encontrados problemas em softwares ou outras partes do hardware durante teste que conseguiu replicar o incêndio.

Ou seja, ela vai negar que o problema estava no desenho do aparelho.

Um relatório divulgado pela empresa americana Instrumental, especializada em análise de engenharia de produtos, havia apontado no final do ano passado para um defeito no design do aparelho, que provocava uma pressão na bateria. Como o espaço para encaixar a bateria era estreito demais, pressionava o polímero protetor que separava os pólos positivos e negativos da bateria. Quando estes polos se tocam devido a uma falha técnica como essa, causa o sobreaquecimento que levou aos acidentes.

Essa possibilidade já havia sido levantada por alguns especialistas, incluindo dois entrevistados pelo UOL.

Especialistas na área acham que vai pegar mal se a companhia culpar fornecedores pelo problema. A ver se o anúncio será capaz de melhorar a reputação da Samsung antes do anúncio do Galaxy 8, que deve acontecer nos próximos meses.

A fabricação e venda do Note 7 foi encerrada definitivamente em 11 de outubro de 2016, junto a um mega recall de 2,5 milhões de smartphones. O Note 7 não chegou a ser comercializado no Brasil.

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