Internautas ganham escultura de bala devolvida ao mercado após #mimimi em redes sociais
Juliana Carpanez
O operador de tráfego em uma obra de Jacarepaguá (RJ) Diego Barrabas, 23, usou recentemente o Orkut para incitar uma manifestação – mas nada de marcha da maconha, marcha contra a corrupção ou churrasco de gente diferenciada. O que ele queria mesmo era a volta de uma bala que havia parado de ser vendida em agosto de 2010. “Temos que fazer uma rebelião, fazer placas e cartazes e ir na fábrica das balas Halls fazer protestos e exigir que eles voltem a fabricar balas de uva verde o mais rápido possível”, escreveu o jovem de São João do Meriti.
Seu protesto juntou-se ao coro de outros fãs e ecoou na fábrica da Kraft Foods, que voltou a comercializar o produto em agosto.
Diego conseguiu sua bala favorita de volta e, por conta da mensagem no Orkut, também foi homenageado com um busto de Halls de uva verde, em uma ação de marketing da Kraft. Ele e mais dois internautas que, segundo a agência Espalhe, são os participantes mais emblemáticos da campanha pela volta do produto. Uma quarta pessoa será escolhida via Facebook para ganhar essa estátua de Halls com as feições de seu rosto.
O busto que ficará na sede da Kraft, em São Paulo, equivale a 5.000 balas, mas não é comestível. Além da matéria-prima líquida, triturada e da própria bala, foram usados outros produtos que impedem o consumo da escultura. O molde de Diego foi feito em São Paulo, em sua primeira visita à cidade e também primeira viagem de avião. “Jogaram uma massa gelada no meu rosto”, contou ao Gigablog, relatando a parte ruim da experiência. “E gravei um vídeo com duas modelos lindíssimas”, contrapõe.
O operador de tráfego se considera, sim, um dos principais responsáveis pela volta da bala ao mercado. “Escrevi de uma maneira emblemática, queria chamar atenção, mas não tinha noção do resultado. Quando entrei na comunidade [do Halls de uva verde no Orkut] vi que as pessoas estavam conformadas com o fim das vendas e senti a necessidade de fazer algo.” Ir para a frente da fábrica, como ele propôs, ninguém foi. Mas também não precisou.
Satisfeito com o resultado de sua campanha de um post, Diego agora protesta também no Orkut contra o fim das vendas de um suco importado no Brasil. E brinca, dizendo que espera ficar famoso com o vídeo que fez para a campanha da bala de uva: “Agora é passar de 1 milhão de cliques para ir ao Jô, ao programa da Hebe Camargo”.