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Categoria : Campus Party 2012

Campuseiros detonaram 2 toneladas de batatas fritas; veja dados curiosos do evento
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Ana Ikeda

Depois de uma semana de “muita conexão” (e calor em São Paulo), finalmente acabou a Campus Party. Há quem esteja estranhando o silêncio diante do computador dentro do quarto e sentindo saudade de toda aquela agitação; também tem aqueles que deram um beijinho extra na mamãe pelo arroz com feijão caprichado no almoço (uma semana à base de comida de restaurante, salgadinho e Cup Noodles não é fácil). Sem mais delongas, veja alguns números curiosos do mega acampamento deste ano:

O coração vai bem?
– Cerca de 2 toneladas de batatas fritas foram consumidas no refeitório da Campus Party; no total, 42 mil refeições foram servidas lá.

As mina pira
– Sete em cada dez participantes do evento são do sexo masculino.

Muita gente ‘xóvem’
– Oito em cada dez participantes têm idade entre 18 e 29 anos.

Emaranhado de fios
– Aquele pontinho de rede ligado no seu computador era o final de mais de 40 mil metros de cabo de rede; outros 40 mil metros de cabos de fibra óptica garantiram 20 Gbps para os campuseiros.

Gringoland
– Além de brasileiros, evento teve presença de pessoas de 20 países, entre eles Espanha, Estados Unidos, Colômbia, Reino Unido, Chile, Alemanha, México, Japão (!!!), Itália, Equador e Argentina.

Orra, mêu!
– Quatro em cada dez campuseiros são paulistas; Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco são os demais Estados com mais representantes.

Tá ligado?
– Com 5.500 computadores sendo usados (sem contar demais aparatos, como ventiladores, aparelhos de som, luzes etc), o consumo elétrico foi de 5150 kWh (Quilowatt-hora). Tipo, na sua casa o consumo está provavelmente entre 51 e 300 kWh…

Money, Money. Money!
– Investimento no evento, segundo a organização, foi de R$ 18 milhões.

Cada teclada é um flash
– Foram 1.040 profissionais de imprensa cobrindo mais de 500 horas de conteúdo, 400 atividades e otras cositas más.

Os mano pira
– Em uma semana de evento, ao menos 30 gatas circularam por lá. Dá só uma olhada:

Evento de nerds em São Paulo também reúne gatas

Veja Álbum de fotos

Lá da Campus Party.

Imagem: Yasuyoshi Chiba/AFP.


Militantes dão dicas de ‘ativismo digital’ e diminuem papel das redes sociais em revoluções
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Ana Ikeda

Se na série “Guia do Mochileiro das Galáxias” a toalha é um item indispensável, no “Manual do Revolucionário da Internet” o celular tomaria o seu lugar… ou algo assim. Representantes de movimentos que usaram as redes sociais para “fazerem muito barulho” no mundo estiveram na tarde desta sexta (10) na Campus Party para falar um pouco de suas experiências – e até deram dicas de como levar adiante protestos.

“Mudar o mundo é muito mais legal que ficar jogando online. Quantas pessoas passam o tempo atirando em coisas que simplesmente não existem”, brincou Charles Lenchner

Apesar de considerarem as redes sociais como uma ferramenta fundamental para articulação dos movimentos, os ativistas rechaçam a ideia de que elas são ator principal dentro das revoluções. “É ofensivo dizer que a tecnologia é que permite uma revolução, quando temos pessoas morrendo por causa disso”, disparou Leila Nachawati, espanhola de ascendência síria e ativista pelos direitos de liberdade de expressão.

Para ela, as redes sociais são mais ferramentas usadas dentro de um cenário propício para manifestações sociais do que propriamente o seu estopim. “Imagine um país como a Síria, onde não há mídia livre e o regime usa o silêncio para dominar as pessoas. O celular e o YouTube são meios muito poderosos para que os cidadãos quebrem esse muro do silêncio”, explicou.

“É ofensivo dizer que a tecnologia é que permite uma revolução, quando temos pessoas morrendo por causa disso”, disparou Leila Nachawati

Charles Lenchner, representante do movimento Occupy Wall Street, acredita que a internet acaba com a figura do gatekeeper – quem distribui a informação em massa – permitindo que qualquer pessoa seja uma fonte sobre injustiças no mundo. “Sejam agentes livres, o poder de vocês é maior que o das organizações contra as quais vocês lutam”, instigou o ativista.

Revolução: faça você mesmo
O tom dos palestrantes, que falaram para uma plateia das menos lotadas do palco principal da Campus Party, era o de instrução: como as pessoas podiam atuar como “cidadãos globais” e ajudar movimentos sociais em outros continentes e, além disso, como elas mesmas podiam protestar contra o que consideram injusto.

Leila pediu solidariedade ao povo sírio, que sofre com a censura do regime autoritário de Bashar al-Assad. “Vocês são cidadãos globais e esse é um assunto que diz respeito a todos”, frisou a ativista espanhola. Entre as ações possíveis, citou a doação de celulares para cidadãos sírios e a pressão via mensagens no Twitter em governantes que possuem perfis no microblog.

Olmo Gálvez, do movimento do 15-M e Acampada de Sol, que reuniu milhares de jovens espanhóis em acampamentos espalhados em 60 cidades do país no ano passado, destacou o uso de métodos não-violentos de protesto, livres de parcerias e apoio de partidos políticos, colaborativos e abertos. “É preciso formar uma rede de pessoas, depois redes das redes e ir para a rua”, incitou o espanhol.

Gálvez, no entanto, disse que é preciso tomar cuidado com a mídia, “que da mesma forma que pode promover, também pode destruir um movimento”, e com líderes políticos. “Faça o que julga legítimo e compartilhe seu conhecimento”, aconselhou o ativista.

Lenchner, do movimento Occuppy Wall Street, destacou que não existe uma fórmula certa para levar uma manifestação à frente, mas enfatizou ações simples como o uso de histórias e experiências reais de pessoas atingidas por um problema, muito mais do que mostrar fatos isolados; de páginas com links para que pessoas possam enviar suas reclamações diretamente aos representantes de governos e corporações; além do foco maior no sentimento das pessoas, e não no impacto que o movimento causará.

“Mudar o mundo é muito mais legal que ficar jogando online. Quantas pessoas passam o tempo atirando em coisas que simplesmente não existem?”, brincou.

Lá da Campus Party.

Fotos: Divulgação.


Cinco dicas para descobrir música nova na internet (por quem entende do assunto)
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Ana Carolina Prado

Dave Haynes em palestra na Campus Party, nesta quarta-feira (8)

Quando a repórter ligou o gravador do seu iPod Touch para entrevistar  Dave Haynes, vice-presidente de desenvolvimento de negócios do SoundCloud, ele não se conteve e já aproveitou para vender seu peixe. “Você tem o aplicativo do SoundCloud?”, perguntou. Eu tinha. E aí ele mostrou como era fácil gravar a entrevista por lá e já compartilhá-la via redes sociais ou armazená-la na nuvem sem que outros tenham acesso. A ideia do aplicativo, bem como do site SoundCloud e de Haynes em si, é tornar o consumo do som algo fácil, espontâneo e prático permitindo a criação e o compartilhamento de arquivos de áudio online.

“Nunca foi tão fácil consumir música”, disse. E isso não se deve só à propagação de serviços como o SoundCloud. “Hoje temos uma conexão mais direta com os artistas pela internet – podemos segui-los no Twitter ou curtir sua página no Facebook, o que nos permite ficar sabendo das novidades de sua própria fonte.” Mesmo assim, alguns serviços facilitam a vida de quem quer encontrar músicas e conhecer bandas novas.

Aproveitando a morte do Megaupload – que muita gente usava para baixar discos –, pedimos algumas indicações. Olha só as dicas que ele deu:

Spotify

“Com uma variedade enorme de música, é muito conveniente porque permite ouvir música off-line direto do seu iPhone.”

SoundCloud

“Não é o tipo de serviço que você usa para achar milhões de músicas, mas é legal porque os artistas sobem faixas seletas ali. E, mais do que só consumir música via streaming, você pode interagir com outros usuários, deixar mensagens de voz, comentar nas faixas. Eu uso muito para encontrar podcasts, especialmente de tecnologia e ciência.”

RootMusic

“Esse serviço permite que você faça o upload de suas faixas do SoundCloud direto para a sua página no Facebook, permitindo customizar o visual da sua página. É ótimo para bandas.”

Discovr (US$0.99 na App Store)

“Com uma bela interface, esse aplicativo recomenda faixas e artistas parecidos com a música que você está ouvindo.”

Aweditorium (Grátis na App Store)

“Aplicativo muito, muito bonito que traz uma bela seleção de música, vídeos e outros conteúdos. Costumo descobrir muitas bandas ótimas por lá”.

 

Lá da Campus Party.

Imagem: Cristiano Sant´Anna/indicefoto.com; Reprodução

 


CaloooÔoooooÔoooor na Campus Party: participantes fazem sauna e ficam “na seca”
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Ana Ikeda

Se o campuseiro nunca fez sauna na vida, pode ter certeza que a sensação é bem parecida com a que se tem na Arena onde é realizada a 5ª edição da Campus Party. Com a temperatura máxima na cidade de São Paulo chegando aos 33°C nesta quarta (8), o abafamento dentro do pavilhão do evento beira o insuportável – principalmente quando o sol está a pino lá fora. Tá muito caloooÔoooooÔoooor, gritariam os campuseiros…

A organização garante que o espaço possui 260 ventiladores fixos (localizados no teto do pavilhão nas áreas de exposição, camping e arena), mas nem eles foram suficientes para garantir uma temperatura minimamente suportável. Então, foram providenciados mais 34 ventiladores móveis para a arena. O problema é que eles foram posicionados na extremidade de cada bancada: quem está sentado na parte do meio da arena não sente nem mesmo uma brisa leve…

O jeito é improvisar: muitos campuseiros trazem seus próprios ventiladores de casa. É o caso de João Pedro, 18, que trouxe 20 kg em equipamentos do bairro de Higienópolis em São Paulo, exceto o item praticamente indispensável na Campus Party. “Quando percebi o calor que estava aqui, pedi para minha mãe trazer o ventilador de casa pra mim.”

Outro que estava aproveitando um ventinho particular era Rodrigo Vincentini, 33. Ele diz ter ficado assustado quando o gabinete do seu “Super PC” esquentou. Detalhe: a máquina usa um sistema de resfriamento com água (watercooling), um dos mais eficientes disponíveis e que a mantém sempre fresquinha. “É a terceira vez que venho à Campus Party, mas essa edição tá bem mais quente que as outras”, reclama. Vale lembrar que o evento mudou de casa neste ano: no ano passado, foi realizado no Centro de Exposições Imigrantes.

“Tá muito quente, mais até que em Recife”, protesta Roselis Fraga, 30, que está em São Paulo para sua primeira Campus Party. O pessoal da caravana disse que até o chuveiro nessas horas não tem ajudado. “Sai água bem quente e não dá para regular a temperatura. Saio suando do banho”, diz Mariana Duque, 23.

Sorte teve quem escolheu ficar do lado da bancada onde foram instalados os ventiladores móveis. “Olha, talvez eu até fique mais tempo aqui na bancada do que nas outras áreas do evento”, brinca Luiz Henrique Placides, 23. O grupo, que veio do Espírito Santo, tem também um ventilador particular. Falei para eles doarem o aparelho para alguém no extremo oposto da bancada. “Não, não”, recusaram os companheiros de caravana.

Bebeu água? Tá com sede?
Olha a água mineral: R$ 4 nas barraquinhas de lanche na arena (garrafa de 500 ml) ou R$ 3,50 na praça de alimentação. Prefere refrigerante? Desembolse a quantia módica de R$ 5 por uma latinha de 330 ml. Os preços, segundo a assessoria de imprensa da Campus Party, são de responsabilidade dos próprios estabelecimentos, e não da organização. #ChoraCampuseiro

Campuseiros fazem fila em um bebedouro, enquanto outra dezena de aparelhos ficam vazios

“O preço da água tá um absurdo. E a água que sai dos bebedouros é quente, cheia de pressão”, lamenta Vincentini. A solução, dizem os campuseiros, é fazer um revezamento para buscar água. Apesar de existirem 12 bebedouros na arena (segundo a organização do evento), as pessoas têm feito fila em frente ao aparelho instalado perto do restaurante.

Para quem tem tempo (e pode se ausentar da arena), a solução é comprar água fora da Campus Party. #FicaDica: os ambulantes na entrada do evento vendem 2 garrafinhas de 500 ml por R$ 5. Enquanto durarem os estoques 😛

#FicaDica2: a praça de alimentação é um dos lugares mais frescos (mas não tem conexão)

Está na Campus Party? Conte para gente quais são as suas táticas para driblar o “Efeito Estufa” na arena.

Lá da Campus Party.

Imagem: Ana Ikeda/UOL


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