Quase um ano após um protótipo do iPhone 4 ter sido perdido num bar e vendido ao blog de tecnologia Gizmodo (acendendo a ira da Apple), o inquérito sobre o caso deve ser concluído e apresentado no começo de abril. Segundo o site CNET, os promotores que conduzem o processo estavam “ocupados” com outros casos… daí a demora.

Para quem não se lembra, tudo começou quando o engenheiro da Apple, Robert Gray Powell, foi tomar uma cervejinha com os amigos e esqueceu o protótipo do (na época aguardadíssimo) iPhone 4 no bar. Brian Hogan, estudante, foi quem achou o aparelho e o vendeu ao Gizmodo, por US$ 5 mil. As fotos do aparelho foram publicadas em primeira mão pelo blog. Mas pela venda do aparelho, tanto os editores do blog quanto Hogan podem ser indiciados.

Mesmo existindo leis de proteção à liberdade de expressão nos Estados Unidos, não há imunidade quando os jornalistas cometem crimes. Ainda, há uma lei estadual na Califórnia que define a devolução de bens perdidos à polícia quando valem US$ 100 ou mais.

Jason Chen, editor do blog, em vídeo sobre o ''protótipo'' do iPhone 4

O que incomoda nesse caso – principalmente a nós, jornalistas – foi a sede com que a Apple decidiu perseguir o blog de tecnologia. De acordo com documentos obtidos pelo CNET, a Apple pressionou a polícia para que investigasse o Gizmodo, um dia após a publicação das fotos. A casa do editor do site, Jason Chen, foi revistada e seus computadores foram apreendidos na operação. O blog também foi barrado na cobertura da apresentação que Steve Jobs fez no WWDC 2010, quando (finalmente) o iPhone 4 foi lançado.

O site errou ao comprar o protótipo perdido pelo engenheiro da Apple? Tudo bem a polícia apreender os computadores do editor?

A discussão vai longe. Mas Powell, o engenheiro que perdeu o aparelho, continua trabalhando na Apple. Boa, Jobs!

Lá do CNET

Imagem: Reprodução/YouTube