Jovens de comunidade amish aderem às redes sociais (com direito a autorretrato)
Juliana Carpanez
Nem a comunidade amish escapou dos autorretratos postados no Facebook. Caso não tenha se chocado com essa frase, uma breve explicação: amish é o nome dado a um grupo de pessoas que vive de forma supertradicional (note o “super” em negrito!), sem usar energia elétrica ou nem sequer aqueles Nokias indestrutíveis. Dito isso, aí vai uma nova tentativa de chocá-lo: nem esse grupo escapou dos autorretratos postados no Facebook. =O
O site ''BuzzFeed'' conta que isso acontece porque, na adolescência, os jovens amish vivem uma fase chamada Rumspringa – quando podem deixar as rígidas regras de lado e explorar o mundo. É então que, com uma câmera na mão e uma duck face (foto com biquinho de pato) na cabeça, publicam os tais autorretratos típicos das redes sociais. Também constam na lista muitas, muitas outras fotos queridinhas entre adolescentes, comoo “V” de vitória e a ostentação de bebidas.
O uso do Facebook por esses jovens é confirmado por Erik Wesner, norte-americano que estuda e escreve sobre essa comunidade.
A reportagem do ''BuzzFeed'', que selecionou as imagens aqui divulgadas, classifica o uso do computador como raro entre os amish, pois é difícil carregar PCs com a luz solar. Sendo assim, o acesso à internet geralmente se dá via smartphones, que fazem a ponte desses jovens com Facebook, Twitter e Youtube. Tudo superssocial, como manda essa fase da vida amish em que os jovens estão em busca de seus futuros cônjuges.
As mensagens de texto e redes sociais facilitam a organização das festas da Rumpsringa, que reúnem jovens de diversos estados norte-americanos. Depois desses encontros, eles novamente seguem o padrão: postam fotos, agradecem os organizadores e começam a planejar o próximo.
“Já organizávamos festas, mas era difícil encontrá-los. Agora não demora para reunirmos 700 pessoas. Todos estão conectados e trocando mensagens”, afirmou Chris Weber, conselheiro amish para assuntos ligados a drogas e bebidas. Com essa mudança, difícil é manter o lema: “o que acontece na Rumspringa fica na Rumspringa”.