Painstagram: dor no dedão castiga viciada em rede social de fotos
Juliana Carpanez
A revista “New York” publicou na semana passada uma lista de problemas que afligem aqueles que usam muito a tecnologia. Entre eles: privação de sono (como dormir, com tanto para ler em seu feed do Facebook?), nomofobia (o pânico de estar sem o celular), falsa impressão (eterna) de que o celular está vibrando/tocando, dores na coluna (arruma essa postura!) e tendinite no dedão de tanto digitar no telefone.
Apesar de não haver nenhum diagnóstico médico, meu problema se encaixa nesta última categoria. Mas a dor no dedão esquerdo não está ligada à digitação no celular, que no meu caso é moderada. Segundo o meu próprio diagnóstico (e nem usei o Google!), ela surgiu pelo uso excessivo da rede social Instagram via smartphone. Sendo assim, nada mais justo que chamá-la de painstagram (dor do Instagram).
Descobri a origem porque uso computador, tablet e celular, mas ela só se manifesta quando acesso a rede social de fotos pelo telefone – e olha que não é pouco.
Isso porque a navegação no Instagram é muito rápida – cada foto passa pela tela em poucos segundos –, enquanto outros conteúdos (mesmo aquele post inútil do Facebook) são consumidos de forma mais lenta. Em outras palavras, o dedão trabalha mais e com maior velocidade quando se observa no celular o que a antiga colega comeu no almoço.
Quando o desconforto começou a se manifestar, há cerca de duas semanas, reparei na forma como seguro o telefone durante a navegação: o dedão vai freneticamente para cima e para baixo, fazendo breves pausas apenas para dar dois cliques (o equivalente a “curtir” uma foto). Faça isso aproximadamente uma hora por dia e – parabéns! – você adquire um novo problema para chamar de seu. Mas pode chamá-lo de painstagram.
Nos últimos dias, passei a missão da navegação para a mão direita, que vem se saindo bem na tarefa. Pelo menos até a próxima pontada.