De dogão a miojo: campuseiros encaram preço alto para não perder palestras
Ana Ikeda
A venda paralela de macarrão instantâneo na Campus Party 2014 não é à toa: comer em um evento com 500 horas de palestras e 8.000 participantes exige muito jogo de cintura. Para evitar filas e não perder as apresentações, lanches rápidos viram solução (não tão saudável, os campuseiros reconhecem). O problema é que nem sempre o útil, já pouco saboroso, é barato.
Rodrigo Guerra, 20, veterano já na quarta participação na Campus Party, elogiou a mudança dos estandes de comida para dentro da arena de computadores e a maior variedade das barraquinhas. “Isso ajudou, porque antes tinha de passar pela fila do raio-X [o controle de segurança] para chegar à praça de alimentação [na área gratuita externa]. A gente perdia muito tempo”, disse entre uma mordida e outro num cachorro quente que custou R$ 20.
Guerra e o amigo Geraldo Júnior, 20, confessaram que em vez do lanche prefeririam “comida de verdade” (o tradicional arroz e feijão) como servida no catering do evento. Esse pacote de alimentação (três refeições durante os dias de evento no valor de R$ 273) é comprado previamente, mas eles não quiseram fazer isso. “Você acaba ficando preso: os horários [em que são servidas as refeições] são muito fixos e nem sempre dá para conciliar com os das palestras que você quer ver”, explicou Guerra.
O preço alto, padrão em eventos fechados, é a desvantagem citada por eles (baita desvantagem: eu mesma paguei R$ 27 por um prato pra lá de modesto de macarrão + refri). “Você acaba pagando mais caro para ter flexibilidade nos horários. Ou faz isso ou pede comida fora [pizza é campeã na preferência], que é o que a maioria acaba fazendo.”
Outros campuseiros que encaravam os preços mais altos dos estandes de comida eram os estudantes Pedro Mota, 24, e Rafael Grillo, 22, ambos participando pela segunda vez do evento. “Uma pizza que você pagaria R$ 10 acaba saindo por R$ 15. Se for comer duas, já são R$ 30 em uma refeição”, lamentou Mota. “Você acaba comendo mal para economizar”, avaliou Grillo.
No lado oposto ao das barraquinhas de lanches na arena, uma opção mais em conta é o marmitex “com farofa e salada”, que sai por R$ 15. Infelizmente, não encontramos campuseiros que experimentaram a opção para comentá-la.
Por fim, se o que resta mesmo é encarar o macarrão instantâneo (vendido pronto para comer por R$ 5), uma opção para barateá-lo é comprar só o potinho (por R$ 2,40) e usar um dos três micro-ondas (grátis) para preparar a iguaria.
Passa fome só quem… não curte miojo.
Lá da Campus Party 2014.
Imagens: 1- Junior Lago/UOL; 2 e 3- Ana Ikeda/UOL.