iPad em 1994? Vídeo antigo mostra conceito de tablet e editoração digital
Rodrigo Vitulli
Ok, a Apple é inovadora e bla, bla bla bla. Ninguém tira o mérito de Steve Jobs e sua trupe por terem revolucionado e, por que não?, inaugurado o mercado de tablets. Mas é importante frisar: o mercado, e não o tablet em si. A Microsoft, por mais estranho que possa parecer, já pensava no conceito muito antes do iPad existir e adicionou, ainda em 2001, funcionalidades sensíveis ao toque para Windows XP, visando aparelhos que funcionassem com o sistema operacional.
Na verdade, até o Hans Donner, o famoso ilustrador da Globo, é creditado por ter inventado o iPad (hehehe. É brincadeira, gente).
Talvez a mais impressionante evidência de que a ideia de um tablet já era presente há pelo menos 17 anos seja o vídeo da Knight-Ridder(clique para assistir), produzido em 1994. Um dos autores do vídeo, o visionário Roger Fidler, explica como o conceito de tablet que criou funciona. E pasmem!, a ideia é muito semelhante com o que a gente considera, hoje, tecnologia de ponta.
Roger Fidler demonstra o funcionamento de um computador de mão, com a espessura de um livro e dimensões de uma revista, poder de processamento necessário para reproduzir conteúdo multimídia, tela sensível ao toque, atualização periódica de conteúdo midiático, gráficos interativos, transmissão de dados sem fio e praticamente tudo que faz um marmanjo babar por um iPad. Tudo isso em uma época em que acessar a internet era uma tarefa árdua, caríssima e tão lenta quanto um modem de 14.4Kbps (kilobits por segundo) de velocidade.
De fato, a visão de Roger “Nostradamus” Fidler ia além da ideia tablet e tentava prever como seria o futuro dos grandes jornais, algo que até hoje ainda está indefinido. Ao que tudo indica, ele estava certo, e as principais publicações vão mesmo migrar totalmente para o digital em breve. Vide o jornal “The Daily”, exclusivo para iPad, e outros que abandonaram o papel definitivamente.
“Novas formas de comunicação tendem a herdar características dos meios antigos por um período. Com o passar do tempo, claro, eles evoluem e adquirem características próprias. Eu acredito que o mesmo acontecerá com a transição do papel para plataformas digitais, seja um jornal, uma revista ou um livro. No começo, eles manterão as características básicas dos produtos antigos… E isso é absolutamente compreensível; nós não queremos importunar ninguém com manuais sobre como ler jornais”, disse Fidler no vídeo (de 1994), quase que prevendo o futuro.
É difícil dizer em que momento a ideia de Fidler se perdeu. Talvez o mundo não estivesse preparado para a novidade, ou a estrutura que o gadget demandaria era sofisticada demais para a época. Mas uma coisa é certa: grandes jornais, não digam que não foram avisados sobre a derrocada do papel.
Lá do Techland
Imagem: reprodução
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André Luiz Müller
28/04/2011 14:28:51
E depois de transformado em realidade, há um longo caminho até a viabilidade comercial.Muitos produtos/conceitos aguardam essa viabilidade, outros morreram nessa etapa.
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Ricardonho
27/04/2011 22:36:15
Não é tão simples assim. O conceito de tablet já existe a décadas, mas na época não havia tecnologia suficiente para torna-lo real, como processadores velozes o suficiente e tecnologia de telas de toque, nem linguagens de programação e sistemas operacionais avançados o suficiente para tornar o conceito imaginado em produto real. Por isso dizer que o que consideramos tecnologia de ponta era case de teste a 20anos atrás é extremamente equivocado. Eu posso imaginar hoje um sistema holografico 3d que transforme minha sala em um desktop holografico real em que eu possa com meu corpo interagir com o ambiente à minha volta, como o holodeck de jornada nas estrelas, mas transfomar o conceito em realidade exige um lonnngo caminho a se percorrer.
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Rodrigo Rocco
27/04/2011 10:13:50
Muita gente se espantaria ao saber sobre o tempo que leva pra uma "idéia revolucionária" entrar no mercado. Muitas coisas que são tecnologia de ponta recém-lançadas hoje já existiam em fase de testes há 15 ou 20 anos atrás. Só não haviam sido lançadas antes porque o mercado ainda não estava preparado (seja por comportamento do consumidor que ainda não aceitaria o novo produto naquele momento, seja pela falta de infra-estrutura tecnológica para tornar viável o uso dele - por exemplo, no caso dos tablets, a necessidade de conexões à internet com velocidades no mínimo decentes, o que não existia em 1994).
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Rogério Magrão
26/04/2011 17:07:59
Quem diria heim! kkkkkserá q Tio Jobs viu isso?
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André Reis
26/04/2011 17:04:04
Nada se cria, tudo se copia...
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