Acampamento nos EUA confisca eletrônicos e propõe ‘detox digital’ de adultos
Juliana Carpanez
Entre 14 e 17 de junho, 300 pessoas participaram de um acampamento de “detox digital” para adultos realizado na Califórnia – berço daquelas empresas que possivelmente fazem de você um viciado em tecnologia. Proibidos de usarem qualquer eletrônico (eles eram confiscados na entrada, como em uma prisão), os campistas participaram de atividades ao ar livre, jantaram em silêncio para apreciar a comida e não tiveram medo de se expor dançando músicas dos anos 80 (algo fácil quando não há câmeras por perto).
O repórter Vignesh Ramachandran, do site “Mashable”, fez um relato sobre a experiência e garante que foi incrível. Essa foi a primeira edição do evento, que será repetido em julho, mas o site não divulga qual o preço da desconexão.
Ramachandran conta que, na “rehab”, aprendeu basicamente três coisas.
1) A tecnologia é incrível, mas não se esqueça das interações na vida real.
“A experiência me lembrou que somos definidos por muito mais que nossos perfis no LinkedIn”, resumiu. Ele lembra também que conversas via Skype não são a mesma coisa que compartilhar uma refeição cara a cara com alguém.
2) Encare pessoas, não telas.
Ramachandran reconhece que dá para aprender muito com o Google, Facebook e toda a informação disponível na ponta de nossos dedos hoje em dia. “Mas ao colocar os eletrônicos de lado e conversar com alguém, você pode ir muito além do cenário bidimensional oferecido pelos dados.”
3) Não tenha medo do Fomo (hein?).
A sigla acima significa (fear of missing out, ou medo de ficar de fora), aquela sensação familiar de quando você esquece o smartphone em casa ou passa algumas horas fora do Facebook.
Depois do detox, Ramachandran escreveu que, ao dispersar nossa atenção entre milhões de coisas, acabamos vivendo experiências pela metade. “Às vezes, nos preocupamos tanto em capturar um momento no Instagram ou Twitter que esquecemos de viver a experiência por completo. Como diz uma placa no acampamento: entregue-se ao presente.”
Para que a tecnologia não volte a ser protagonista em sua vida, ele afirma ser preciso equilibrar quanto ela é usada – trata-se de um trabalho diário, feito preferencialmente fora das tabelas de Excel.
Assista abaixo: viciados em smartphone incomodam muita gente