Mundo mais conectado e distante? Facebook aposta até em “festas virtuais”
Gabriel Francisco Ribeiro
Se você acha que redes sociais como Facebook deixaram as pessoas mais distantes umas das outras e conectadas apenas pelo mundo virtual, isso pode ser levado a um novo nível pela empresa de Mark Zuckerberg. No primeiro dia da F8, sua conferência anual, a companhia apostou suas fichas na realidade virtual e na realidade aumentada.
A expectativa do Facebook, que investe forte na tecnologia de realidade virtual desde o ano passado, é que os usuários “aproveitem experiências sociais em uma realidade virtual”. Ou seja: será a famosa sensação de proximidade uma pessoa, mesmo estando absurdamente distante dela. Isso já acontece atualmente com o Facebook, mas pode ser levado a novo nível.
Festas virtuais? Sério?
Uma das principais novidades apresentadas pelo Facebook é o Facebook Spaces. Isso basicamente será uma forma das pessoas se encontrarem com amigos por meio de uma dimensão digital. Ou seja: cada um em sua casa poderá colocar seu óculos de realidade virtual (Oculus Rift ou Samsung Gear VR com respectivos controles) e se encontrar para conversar em um mundo virtual.
As pessoas terão seu próprio avatar para deixar o personagem no óculos mais parecido com você, a partir de suas fotos no Facebook – e se você não tem VR, pode participar da conversa por meio de videochamada do Messenger. A chefe de VR do Facebook, Rachel Franklin, chegou a afirmar que a realidade virtual tem o potencial de ser “a mais poderosa plataforma social”.
Por enquanto, o “encontro virtual” está em estágio rudimentar e funciona apenas com as pessoas sentadas em volta de uma mesa para evitar que as pessoas saiam andando por aí. Ferramentas na sua frente te dão acesso a qualquer coisa arquivada em seu Facebook (fotos, vídeos, vídeos em 360 graus), assim como pau de selfie para tirar fotos do seu grupo no mundo virtual e uma caneta para escrever coisas no ar.
No vídeo apresentado no evento, houve até uma festa surpresa organizada por amigos no mundo virtual (veja mais no vídeo abaixo). Isso aparenta ser uma coisa bem triste e impessoal se virar uma tendência no mundo futuramente.
Por um lado, essa ferramenta poderia ser útil para unir amigos ou familiares longe em um espaço que consigam interagir com várias ferramentas. Mas peca (e pecará) muito pela falta de interação humana – e isso pode apenas fazer a saudade aumentar. Se as videochamadas, em que estamos ao menos vendo o outro em carne e osso, já deixam esse sentimento, imagine um mundo totalmente virtual.
A intenção do Facebook para o futuro é ir muito além no Spaces. Há a possibilidade de o computador transmitir simultaneamente todos os seus movimentos – a versão atual é “1%” do que a rede social quer.
Realidade aumentada também ganha importância
Uma outra tecnologia que tomou muito tempo na conferência do Facebook foi a realidade aumentada, que ganhou mais fama graças ao jogo Pokémon GO. A rede social, que atualmente já passa a ser muito mais do que isso, ofereceu diversos exemplos de como pode ajudar a moldar um mundo com uma realidade aumentada mais presente em nossa rotina e chamou a tecnologia de “o início de uma nova plataforma”.
O Facebook, por sinal, lançou uma plataforma de efeitos de câmera para que desenvolvedores possam explorar tecnologias como a realidade aumentada na câmera do Facebook. Um exemplo dado foi que se você faz um vídeo ao vivo de um evento esportivo, o filtro de realidade aumentada pode reconhecer o que está acontecendo e adicionar efeitos de acordo com o momento.
É claro também que houve exemplos bizarros e sem sentido. Um deles é de uma mulher deixar um recado digital para o marido na geladeira, que pode ser visto apenas pelo smartphone. Sério, qual o problema de simplesmente deixar um recado físico em papel na geladeira? Faz muito mais sentido e é bem mais prático.