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Moradores de vilarejo na Tailândia confundem motorista do Street View com espião
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Ana Ikeda

O Google Street View, além de capturar cenas bizarras mundo afora, também produz histórias igualmente estranhas (como a da cidade brasileira de Aracruz). Em um vilarejo tailandês, o motorista do carro que capturava imagens para o serviço teria sido detido sob suspeita de espionagem e, segundo o “Huffington Post”, obrigado a jurar, em frente a uma estátua de Buda, que não era um espião.

Sa-eab  é um vilarejo que fica a 615 km ao norte de Bancoc, capital do país, e vive em confronto com empresas que pretendem construir uma barragem no local. Ao avistar o carro do Street View, os moradores  relacionaram o veículo ao projeto.

Cerca de 20 deles teriam cercado o carro, bloqueado a câmera que capta as imagens em 360° e levado o motorista a um escritório local para interrogatório. Depois, o motorista teria sido levado a um templo onde, diante da estátua de Buda, teve de jurar que não era um espião a mando da construtora da barragem.

Segundo um site local, o motorista foi libertado logo em seguida e os moradores, ao saberem de que ele trabalhava de fato para o Google, teriam pedido desculpas pelo ocorrido.

“Pedimos desculpas às autoridades, ao Google e também ao povo tailandês e ao cidadãos do mundo”, escreveu um porta-voz de Sa-eab. Na nota, os moradores explicam que os casos de espionagem no local são tão frequentes que eles acreditaram se tratar de alguém disfarçado vigiando o vilarejo.

O gerente regional de comunicações do Google, Taj Meadow, disse ao “Huffington Post” que não estava a par do ocorrido, mas comentou: “Ao embarcar em projetos novos, às vezes encontramos desafios inesperados, e o Street View não tem sido uma exceção.”

Lá do Huffington Post.

Imagem: Reprodução.


Gato gordo é reconhecido em abrigo por página pop no Facebook e é devolvido à dona
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Guilherme Tagiaroli

AP Photo/Sacramento Bee, Sue Morrow

Gato Norm Lopez (e) foi reconhecido em um abrigo e devolvido à sua dona, Tyler Lopez

Reconhecer gente na rua que é famosa em redes sociais é até comum hoje em dia. Porém, quando isso acontece com um gato (membro do reino animal que domina a internet), o fato vira notícia.

O gato Norm Lopez foi alvo de um grande mal-entendido na última sexta-feira (9). Uma pessoa, enquanto caminhava pelas ruas de Sacramento, na Califórnia (EUA), o achou em um bairro e pensou que era apenas mais uma gata grávida abandonada. O bichano (que é macho), então, foi levado para o abrigo da cidade.

Lá, Norm Lopez foi reconhecido pelos funcionários do abrigo em função da página do gato no Facebook, mantida por Tyler Lopez, sua mãe humana. Eles, então, prontamente entraram em contato com a dona e o devolveram no início desta semana.

Segundo o jornal “The Sacramento Bee”, o gato é tão famoso que algumas bandas locais utilizam camisetas com uma foto dele estampada, alguns usuários de transporte público passam perto da casa de Norm só para dizer oi, sem contar sua página no Facebook, que contava com cerca de 500 amigos antes do incidente.

Norm Lopez tira cochilo em frente de sua casa na cidade de Sacramento (EUA)

O reencontro de Norm com sua dona fez com que a popularidade do gato aumentasse ainda mais. Além de ter mais de 2.000 amigos no Facebook, ele participará de uma maratona de bares para arrecadar dinheiro para o abrigo de animais que o acolheu.

“Muito obrigado por todos que estavam procurando por mim, enquanto eu visitava minhas pessoas favoritas do abrigo Front Street! Um dos meus amigos me pegou e me levou de volta para casa. Apesar de eu ser bem conhecido no meu bairro, minha mãe percebeu a importância de colocar um chip de identificação em mim”, postou Norm Lopez no Facebook. É mole?

Em tempo: segundo a dona, Norm Lopez é gordinho, mas a situação era pior. Ele, que tem 6 anos de idade, pesa quase 12 quilos, faz exercício regularmente e não deve beber durante o ''rolê'' nos bares por ser menor de idade e estar de dieta.

Depois de toda a repercussão, só se ele emagrecer muito para não reconhecê-lo.


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Lá do ''The Sacramento Bee''

Imagens: Sue Morrow/The Sacramento Bee/AP


Mulher “surta” em loja da Apple ao saber que não pode ser atendida sem marcar horário
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Ana Ikeda

Clientes podem ficar (bem) nervosos ao procurarem atendimento em uma loja e não conseguirem. Foi mais ou menos o que ocorreu com essa consumidora da Apple em Los Angeles (EUA). Como assim Apple? Pois é, a empresa conhecida por tratar seus clientes a “pão de ló” na Apple Store foi a “vítima” da reação nervosa abaixo, imortalizada em um vídeo do Vine (veja abaixo):

A mulher, ainda não identificada, fica uma fera ao saber que não poderá ser atendida porque não marcou um horário no Genius Bar (local dentro da Apple Store com funcionários que tiram dúvidas e ajudam clientes), procedimento padrão nas lojas mundiais da fabricante.

Segurando no carrinho de bebê, ela grita: “O Apple Care me disse que eu poderia entrar na loja e conseguir as peças!”. A cena fica ainda mais bizarra com o murro que a cliente dá no tal carrinho (que não tem culpa nenhuma na história).

O Apple Care é um serviço de suporte aos clientes. Provavelmente, o que o atendente quis dizer é que a cliente poderia ser atendida direto numa Apple Store – bastaria agendar um horário antes pelo site da empresa (e no conforto do lar) e ir ao Genius Bar ao chegar à loja.

O vídeo se tornou viral na internet (e como não se tornaria?) — até os Backstreet Boys brincaram com a situação no programa de TV do apresentador Jimmy Kimmel (assista aqui à música que fizeram).

A situação me fez lembrar um trechinho de uma música do grupo, que poderia definir bem a relação da Apple com seus consumidores no mundo — não muito o caso da mulher do carrinho de bebê. Ei-lo traduzido: “Não me importa quem você é [cliente], de onde você vem, o que você fez, desde que você me ame [Apple].

Lá do Mashable.

Imagem: Reprodução/Vine e Reprodução/YouTube.


Estudo “indica” personalidade conforme smartphone que a pessoa usa
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Ana Ikeda

Diga-me a marca do seu smartphone que te direi quem és (ou algo assim): um estudo britânico afirma ser possível apontar traços da personalidade de alguém de acordo com o aparelho usado. Depois de entrevistar 2.000 pessoas, a  operadora britânica Talk Talk Mobile fez descobertas (minimamente) curiosas.

– Tem iPhone? Então você é mais vaidoso que donos de outros smartphones, além de ambicioso, confiante, ousado, esperto e “xavequeiro”. Também costuma gastar mais com roupas e higiene pessoal. Pensa que seu chefe tem uma boa impressão de você. É “viajado”. Trabalha com mídia.

– Já o dono do BlackBerry é, segundo o estudo, o mais rico e também o que mantém relações mais duradouras (algumas vão ler: “bons partidos”). Envia mais SMS e liga mais que outros donos de smartphones. Extrovertido e falante, costuma sair para jantar. Bebe mais café e chá também. Trabalha em finanças, saúde ou imóveis.

– Quem tem Android costuma ser mais criativo e educado que os demais donos de smartphones, diz a pesquisa. É cozinheiro de mão cheia, mas assiste bastante à TV e exagera na bebida. É o mais ativo nas redes sociais. Também é tímido e calmo. Trabalha em áreas ligadas a artes, cultura e esportes.

A pesquisa acertou em cheio no seu caso? Ou você tem uma personalidade mais “Frankenstein” (metade iPhone, metade Android)? Ou você usa Windows Phone? (#fail, já que o grupo foi ignorado pela pesquisa).

Claro que definir alguém por um gadget é (altamente) questionável. Claro que os dados lembram aqueles resultados de testes de revistas teens (não, a Capricho não morreu).

Mas pelo menos você vai poder zoar seu amigo tipo “iPhone” no próximo encontro (Aeeee, xavequeiro). Ou Android (Véi, cê bebe, hein!). E Blackberry (Cara, casa comigo?).

Lá do Daily Mail.

Imagem: Divulgação.


Alemã cria Tumblr engraçadão com fotos tiradas pelo suspeito de furtar seu celular
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Juliana Carpanez

'O calor do verão não impede que o criativo Hafid explore novos lugares', diz a irônica legenda

A alemã que criou o Tumblr “Life of a Stranger who Stole my Phone” (vida do estranho que roubou meu telefone) não diz qual é seu nome. Mas ela identifica (e muito!) um jovem que teria furtado seu telefone celular durante as férias em que passou em Ibiza, na Espanha. E é aí que o Tumblr ganha forma.

A autora diz que todas as fotos tiradas com seu telefone celular (um smartphone Android) são salvas automaticamente em um serviço de armazenamento em nuvem.

“De volta à Alemanha, alguns dias depois do Natal, quatro meses depois da viagem, liguei meu computador e encontrei no Dropbox 15 novas fotos tiradas com o celular. […] O ladrão não deletou o aplicativo nem meus dados de login. É por isso que consigo ver no meu computador cada foto que ele tira”, explicou. Apesar de mencionar o Natal, o Tumblr só foi criado no dia 28 de julho.

Rosto identificado, era hora de saber mais sobre o suposto ladrão. Foi então que, ainda segundo a alemã, o desconhecido enviou para o perfil da vítima no Facebook uma mensagem de paz (mais precisamente, um “salam”). Dessa forma, ela diz ter descoberto o nome do “vilão”: Hafid.

Daí em diante, entramos na seara do bullying. Cada nova foto de Hafid (supostamente morador de Dubai) ganha uma legenda irônica da moça #chatiada. Alguns exemplos: “Designer de moda, às vezes modelo e fã de comida? Evidências claras de que Hafid é um verdadeiro hipster” e “o calor do verão não impede que o criativo Hafid explore novos lugares […]”.

O modelo contribui intensamente para o clima de zoeira do Tumblr, posando para fotos com o dedão do joinha, cruzando os braços e abusando dos autorretratos. Agora é ver se ele continuará tão desinibido quando descobrir tanta atenção voltada  as suas fotos. Estamos de olho, Hafid.


Site promete desmascarar quem nega usar (mas usa!) filtros do Instagram
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Flávio Carneiro

A popularização dos filtros de imagens do Instagram fez com que surgisse a hashtag “#nofilter”, para indicar que a imagem não possui filtros e está “pura”. Na realidade, ela quer dizer “minha vida é linda de verdade, não precisa de retoques, bjs recalcados”.

Porém, existem alguns filtros que só são percebidos por olhos muito atentos. Por isso, o site Filter Fakes promete desmascarar quem está “sambando na cara da sociedade”, mas na verdade está cheio de “rebocos”. Ele até permite que os usuários enviem fotos para serem analisadas.

O site parece ter sido criado por alguém realmente amargurado com os efeitos do aplicativo de fotos. Além de analisar as imagens alheias, a página ainda publica o que seriam flagrantes de internautas que usaram a hashtag em fotos que têm filtros.

O ódio é tamanho, que a página possui uma relação de filtros e qual o efeito que eles causam nas imagens. Aproveite o espaço para aprender a utilidade de efeitos como “Amaro”, “Mayfair”, “Rise” e “Hudson”.  O site não deixou passar nada.

Segundo o site "Filter Fakers", a foto à esquerda está pura. Já a da direita usa o efeito "Earlybird"

Segundo o site ''Filter Fakers'', a foto à esquerda está pura. Já a da direita usa o efeito ''Earlybird''

“Enlouqueça com os filtros do Instagram, mas, pelo menos, seja honesto sobre isso” é a sentença de morte da página para quem usa ''#nofilter'' e filtros na mesma foto.

Site Immersion exibe sua conta do Gmail como uma rede social (verdadeira)
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Juliana Carpanez

Ferramenta forma grupos com os contatos e cria links mostrando a relação entre essas pessoas

Eis aqui a verdadeira rede social: o Immersion. A ferramenta online analisa sua conta no Gmail e mostra (de verdade) as pessoas com as quais você mais se comunica. Também cria (de verdade) uma relação entre aqueles contatos: a turminha do trabalho ganha uma cor, enquanto os amigos pessoais são pintados de outra. Há ainda links dinâmicos, que se movem com o mouse, para mostrar a relação entre membros de cada grupo.

Tudo muito bem, tudo muito bom, mas você só entenderá mesmo quão in-crí-vel é esta ferramenta ao testá-la. Pode ir lá agora, a gente espera você voltar. 🙂

César Hidalgo, um dos responsáveis por esse projeto (de novo: in-crí-vel) do MIT (Massachusetts Institute of Technology), define: “É uma autorreflexão, numa época em que a maioria das pessoas usa ferramentas [na web] de autopromoção, que permitem uma quantidade exagerada de interação”. Ou seja: o Immersion revela a vida digital do usuário sem as maquiagens tão comuns nas redes sociais.

O projeto está baseado nos metadados (as informações sobre as informações; ou como, quando e quem produziu determinados dados na internet). “Sua vida está na web, seus dados, seu histórico. Isso fica escondido nos metadados, que não são acessíveis para você. O Immersion deixa você experimentar a vida que tem na web, visualizando seus metadados”, explica Hidalgo.

Ainda não testou? Então corre lá para ver a cara dos seus próprios metadados.


Quatro entre dez mulheres usam “Photoshop” em fotos publicadas no Facebook, diz estudo
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Ana Ikeda

Mulheres, seu segredo foi revelado: um estudo feito no Reino Unido aponta que quatro em dez usuárias de redes sociais como o Facebook dão um “tapa” em fotos com programas como o Photoshop antes de publicá-las.

Quase oito entre dez mulheres disseram que a possibilidade de ter uma foto publicada no Facebook, Twitter e Instagram faz com que fiquem mais ansiosas do que se tivessem que falar em público, ir ao primeiro encontro ou fazer uma entrevista de emprego.

Metade das entrevistadas também admitiu ter tirado a marcação, apagado ou removido fotos em que aparecem e são publicadas pelos amigos nas redes sociais.

A pesquisa, conduzida pela Dove com 500 mulheres, indica ainda que a pressão para parecerem bonitas na rede social é tanta que elas estão cada vez mais tímidas em relação a fotos digitais: nove entre dez delas disseram se sentir desconfortáveis quando são clicadas. Além disso, mais da metade delas alegou estar mais tímida agora para tirar fotos do que há dez anos.

Tanta preocupação com o resultado do clique da câmera acaba levando muitas mulheres a usar a “magia” do Photoshop para alterarem a própria aparência nas fotos e se sentirem mais confiantes, apontaram os pesquisadores.

Quem nunca…


Lá do Daily Mail.

Imagem: Getty Images.


Para viciados em Instagram: aplicativo Instagroup organiza contatos em listas temáticas
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Juliana Carpanez

Instagroup tem visual laranja e cinza, diferente do Instagram; app serve de complemento e pode funcionar paralelamente à rede social de fotos (no celular da reportagem, a convivência deles é pacífica)

A versão curta desta história é que o aplicativo Instagroup permite agrupar as contas que você segue no Instagram: amigos, pessoas do trabalho, famosos e bichos, por exemplo. Desenvolvido pela agência digital Alice Wonders, ele custa US$ 0,99 (cerca de R$ 2,25) e por enquanto só está disponível para aparelhos com sistema iOS, da Apple.

Agora a versão detalhada, que inclui o depoimento de uma viciada (oh, yeah) em Instagram. Logo que aderi à rede social, comecei a seguir perfis de amigos e também de gatos. Depois, vieram as celebridades, as comidas, os jovens endinheirados e a galera do fitness – não necessariamente nesta ordem.

Junte tudo isso e o que você tem é um feed alimentado por 713 perfis e uma timeline esquizofrênica, que muitas vezes não corresponde àquilo que você quer no momento. No domingo de manhã, por exemplo, me interessa muito mais o incentivo do pessoal do fitness do que incríveis pratos gordurosos postados na noite anterior. Já na espera do dentista, quero mesmo é saber o que as celebridades estão fazendo – no Instagram, essas informações estão muito mais atualizadas que a pilha velha de revistas.

Fora que, para o desespero de uma viciada, o feed do Instagram tem um limite de fotos. Ele exibe cerca de 160 imagens (sim, eu contei), fazendo com que você perca muito conteúdo se usar o programa apenas uma ou duas vezes por dia (inclua aqui seu comentário sarcástico sobre o sofrimento da classe média instagramiana).

É aí que entra o Instagroup. Fácil de usar, ele funciona paralelamente ao seu Instagram original e permite organizar os perfis de acordo com os assuntos criados por você. Assim, quando acesso “fitness” no domingo de manhã, dificilmente vou me deparar com aquela foto de pizza postada sábado à noite.

Usuário separa os perfis de acordo com o tema; um único perfil pode aparecer em diversos grupos. Acima, seleção para a lista de famosos (esquerda; a marombeira ficou de fora) e marombeiros (dir)

Ele também exibe um número limitado de atualizações, como o feed do Instagram, mas a divisão por assuntos permite que você veja muuuitas fotos de famosos de uma única vez. Ou muuuitos gatos fofos. Ou muuuuuitas mensagens otimistas dos marombeiros. Quando quero a esquizofrenia do meu feed, tenho a opção de acessar o Instagram original e ver todos esses assuntos juntos e misturados.

Como nada é perfeito, nem no mundo fotográfico do Instagram, o Instagroup tem alguns problemas – todos ainda dentro da categoria #classemediasofre.

Ele não rodas vídeos, não é possível dar dois cliques na foto para curti-la e, nos testes da reportagem, não excluiu alguém que foi deletado do Instagram original. Também é necessário esperar alguns segundos até ele começar a exibir o conteúdo de cada grupo e, nos testes, não permitiu trocar o nome das listas. Nada, no entanto, que prejudique a vida do usuário – palavra de uma viciada.

Veja Álbum de fotos


No Facebook, página “Lacan caminhoneiro” leva frases do psicanalista francês a para-choques
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Ana Ikeda

Em vez de frases como “Não sou detetive, mas só ando na pista” e “Casei com a Maria, mas viajo só com Mercedez”, os para-choques de caminhão ganharam – ao menos no Facebook – uma versão bem mais enigmática. A página “Lacan Caminhoneiro”, além de homenagear o psicanalista francês, leva seus dizeres sagazes (conhecidos como axiomas) ao lugar consagrado pelos motoristas brasileiros para destacar frases “de efeito”.

Com quase 3.000 fãs no Facebook, o “alterego” de Jacques-Marie Émile Lacan (1901-1981) foi criado por Denise Mamede e Rafael Dorado, namorados e “aspirantes” a psicanalistas brasileiros, como eles mesmos se definem. As citações logo foram parar no Facebook em montagens feitas por ela e selecionadas com ajuda do namorado.

A invenção bizarra do casal tem sido bem recebida na rede social. “Algumas pessoas até riem, algumas escrevem elogiando a ideia. E outras pessoas não entendem muito bem o que ele está fazendo dirigindo caminhão.”

Veja abaixo o bate-papo por e-mail com a criadora de “Lacan caminhoneiro”: 

Gigablog – Como surgiu a ideia de criar a página no Facebook?

Denise – Foi uma construção de ideias. Um dia, começamos a pensar em uma questão – você sabe, psicanalistas não tem dúvidas ou problemas, tem questões. A questão era justamente o uso desenfreado desses jargões, os famosos axiomas. Porque o inconsciente é estruturado como uma linguagem, não é?

Daí alguém disse: “Parecem aquelas frases de para-choque” e, por algum tipo de lógica, veio em seguida: “Lacan Caminhoneiro”… deve ser a lógica do significante [risos].

Gigablog – Por que Lacan, e não Jung ou mesmo Freud? E por que caminhoneiro?

Denise – Bem, Jung não é muito nossa caixa de areia… Para Freud temos outros planos, em breve ele estará por aí. Ele é mais moderno, mais arrojado. Hahaha… Não é por isso, não. É porque estamos sempre em contato com a teoria e conversamos muito sobre isso. Caminhoneiro para a gente é o que dá o efeito de chiste, já que sabemos que ele era um francês todo cheio de pompa.

Gigablog – Vocês se dividem nas postagens? Como é o processo de “criação” das imagens?

Denise – Na verdade não nos dividimos. Eu (Denise) sou quem faço as montagens e as postagens, o Rafael ajuda mais na escolha das frases. A montagem é toda feita no Paint mesmo, o que dá um charme. Gosto de postar também leituras interessantes, para que a página vá além da crítica ou do riso.

Gigablog – Há mais críticas ou elogios à página? Os seguidores entendem a brincadeira ou querem mesmo é começar uma discussão filosófica?

Denise – São mais elogios! Algumas pessoas até riem, algumas escrevem elogiando a ideia, outras pessoas não entendem muito bem o que o ele está fazendo dirigindo caminhão. A filosofia fica um pouco de lado.

Gigablog – Qual foi a reação mais engraçada que vocês viram nos comentários até hoje?

Denise – Têm muitas coisas engraçadas, as mais são do tipo: “Ah, fala sério, isso é montagem.”

E essa: “Lacan também foi um gênio da psicanálise.”

Gigablog – A página já tem quase 3.000 “curtidas”. Esperava essa repercussão em tão pouco tempo?

Denise – Não pensamos muito sobre isso. Achamos que os amigos iam curtir pelo fato de serem nossos amigos. Mas o real responde ao acaso.

Gigablog – O que o “Lacan Caminhoneiro” diria sobre o atual momento de protestos no Brasil?

Denise – O Outro acordou [risos]. Não, não… A gente acha que ele diria “O que cai sob o golpe do recalque retorna, pois o recalque e o retorno do recalcado são apenas o direito e o avesso de uma mesma coisa.” 

Gigablog – E o que Lacan diria sobre seu “alter ego” caminhoneiro?

Denise – Siga bem, caminhoneiro! Pois o desejo é a sua interpretação.

Lá do Facebook.

Imagem: Reprodução.